quinta-feira, 31 de maio de 2012

RIMANDO COM A VIDA




Despi a fantasia quando amanheceu
Busquei no armário outra alegoria 
Para esconder o que vai no peito meu
Pintando a boca com tom de alegria 

Vesti-me de branco e um belo camafeu
Esquadrinhei no tempo a alquimia 
E para coroar minha estréia, em apogeu
Diante do espelho, declamei tua poesia 

O mundo como novo em rimas se escreveu
Na mais perfeita e sincera harmonia 
Colori as palavras do nosso coliseu
Expondo no verbo toda a nossa alegria 

Dhenova, Lena Ferreira, Angela Chagas & Marisa Schmidt 

NOVA ERA


Os pássaros, cantando alegremente,
Anunciam a chegada de um novo dia
Acariciam nossos ouvidos suavemente,
Fazem do nosso viver uma utopia

A brisa balança as flores e levemente
Espalha um doce perfume que contagia
Uma lufada de paixão invade a mente
E o corpo inteiro, revigorado, se arrepia 

Entrego-me às sensações desse momento
E deito o pensamento nas boas lembranças
Deixando a alma provar o sabor do vento

Quiçá eu venha provar só quimeras
Embora tente manter a esperança
E descobrir, no infinito, uma nova era

Lena Ferreira, Angela Chagas & Dhenova

CARINHO ARDENTE





 Toco teu rosto tão suavemente 
 Pele aveludada, pétala de flor, 
 E sinto nos dedos todo o ardor 
 Quando eles deslizo, lentamente.        ( MNunes) 

 Um perfume leve, serenamente, 
Da pele emana chamando ao amor. 
Beijo teus lábios, tamanho vigor 
Que acende, a alma, desejo fremente.   (Lena) 

Incendiando em nós tão penetrante, 
O libido tão ardente que nos acerta, 
No prazer de ser uma só boca fatal.       (MNunes) 

São momentos eternos num instante, 
E a vida nos parece mais completa, 
Por ter este carinho tão real.                 (Camélia)




©direitos reservados

quarta-feira, 30 de maio de 2012

SORRISO CREPUSCULAR





Olho ao longe o horizonte que some sob o véu
Da noite que traz a brisa fria que abraça meu corpo 
Aqueço-me nos braços da lua em negro céu
Esqueço-me da alma envergada num sentimento torto 

Observo, quieto, o falar do vento gélido
Que estremece minha alma gelando minha pele 
Preciso de um abraço mesmo que seja tépido
Para esquentar a solidão ingrata que me impele 

Escuto o mar que fala nas ondas noturnas
E caminho sobre a areia que descreve momentos 
Em que experimentei das sensações soturnas
Mas que agora se vão com o soprar desses ventos 

Vejo uma tímida luz anunciando o crepúsculo
Fazendo meu sorriso se abrir, radiante
Tão ínfimo, quedei por um descuido minúsculo
Mas reergui-me e seguirei sorrindo doravante!

Roberto Camara & Lena Ferreira

TEUS OLHOS E AS ESTRELAS




A noite vem trazendo um mar de estrelas
num brilho tão intenso, tão bonito,
que é impossível ver e esquecê-las,
nem mesmo indo além do infinito.           (Lena)


Cintilam teus olhos por merecê-las,
esses olhos tão puros, que acredito
a brilhar de tanto amor só de vê-las,
por entre o luar, que nos versos cito.        (MNunes)


Deita em mim, uma paz celeste, mansa
quando minh'alma, estes versos alcança
e faz-me crer no que é impossível!            (Lena)


E a inspiração em minha mente dança
e os sonhos vêm de um modo imprevisível
tornando este momento inesquecível.      (Camélia)

ESTRELAS CINTILANTES





A noite vem trazendo um mar de estrelas
Num brilho tão intenso, tão bonito,
Que é impossível ver e esquecê-las,
Nem mesmo indo além do infinito. (Lena)


Cintilam teus olhos por merecê-las,
Esses olhos tão puros, que acredito
A brilhar de tanto amor só de vê-las,
Por entre o luar, que nos versos cito. (MNunes)


Deita em mim uma paz celeste, mansa
Quando minh'alma, estes versos alcança 
E faz-me crer... no que é impossível! (Lena)


Oh estrela... luz tão pura que avança
Brilhando meus olhos toda lembrança
De nos versos sentir, sua alma sensível! (MNunes)

AROMAS E AMORES

AROMAS E AMORES

Aromas tão doces entre flores, e sabores
rondando o jardim no dia que amanhece
os assobios fora da janela acordam os amores
e num abraço quente o dia estremece

Invadem os olhos em explosões de cores
que meu ambiente inteirinho aquece
e colorido, embala em meu peito os ardores
das histórias que jamais se esquece

- O passado já passou!
gritaram as vozes que não me acalmam
num abraço amigo a vida me enlaçou
teço-me em versos para que a elas respondam

Fragrâncias suaves adormecem em minh’alma
segredos tantos, que embalam o meu viver
procuro ansiosa, uma forma com calma
fábulas que enriquecem o meu acender

Aromas delicados me avisam docemente
que a vida é leve e linda e vale a pena
fecho os olhos e suspiro suavemente
exercitando a existência  cada vez mais plena

Lena Ferreira, Bia Cunha & Angela Chagas

sexta-feira, 25 de maio de 2012

APESAR DE SOZINHA



Busco uma definição para o desassossego
que me impregnou a madrugada
procuro um fio, fino em  desapego
que me conduza à explicação deste meu nada 

Recorro as palavras esquecidas
sinto ser a hora para desguarnecer os desejos (Bia)
socorro as frustrações esmaecidas
pressintindo que não provarei dos seus beijos 

 Instauro novas possibilidades
que apesar de sozinha, me resgata a delicadeza feminina 
destruo aquelas negatividades
que me impediam de enxergar em mim aquela doce menina 

Encerro enfim a viagem pelo íntimo
encontrando em mim história verdadeira e completa 
Inspiro os sentires flutuantes e ínfimos,
expirando-os no bom vento, minha alma se repleta 

Bia Cunha, Lena Ferreira & Dhenova

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PASSEIO



Levei meus olhos para um leve passeio
Rever lugares, saborear novos ventos
Provar novos ares dos velhos momentos
Recuperar as lembranças em devaneio

Pelos meus anseios, deslizaram marejados
Ansiando renovar meu velho ser, me rever,
Com passos lentos, um tanto descuidados
Viam o passado para meu presente refazer

Mergulhando num lago de tão mansas águas
Chorava o futuro lavando as tantas mágoas
Limpando o caminho, seguimos em frente

Sem deixar de sentir o que toda alma sente:
A paixão, o calor, a ira, as veias e os veios
Num passeio os olhos renovaram meus anseios


(Lena Ferreira & Roberto Camara)

terça-feira, 22 de maio de 2012

TRAVESSIA




Na beira de um lago, em mansas águas
deixei meu pensamento e me deitei
sonhei profundo; magias e mágoas
histórias versáteis que inventei.

Versátil,  ágil , percorri  lugares
e em cada um deles, eu encontrei
entre sargaços, viadutos e hangares,
beijos imaginados, carícias doadas

Experimentei das sensações amenas
e despertei do sonho em plena madrugada
cristalização de meu sonho apenas,
tudo  que a vida tinha, bem além do nada.

Lena Ferreira & Gustavo Drummond

PACTO EM LENÇÓIS DE LINHO




Suaves sensações socorrem a pele
entre beijos e abraços infinitos
perseguidos anseios escorrem leves
marcados no suor de corpos aflitos 

Silentes olhares dizendo em breves
palavras segredadas, o verso irrestrito 
Incontido; risos por trás do manto, reveles
a ti e a mim sem nenhum atrito 

Cavalga a noite entre os  lençóis de linho
que enxugam as águas do nosso ato
persistem os beijos, abraços no ninho
sentidos são todos os laços de fato 

Percorres-me num total desalinho,
alinho a dança em ti mas sem recato 
bebendo nosso amor qual um bom vinho
selamos, em beijo ardente, o nosso pacto 

Lena Ferreira, Dhenova & Bia Cunha

segunda-feira, 21 de maio de 2012

FECUNDADA EM GOTAS



Fecundada em gotas de orvalho
nasci na madrugada, entre sereno
dependurada em um fino galho
do peito vinha um sentir ameno

O nascer do Sol fez brilhar o tom claro da minha retina
Que agora aberta atenta-se aos inúmeros traços
dos objetos e dos desejos daquela humilde menina
refletida no espelho de mim, estendo-me os braços

Caminho em líquidos e lânguidos passos
derramosa, acolhe todo o meu carinho
brotam promessas dentro de um abraço
e nos teus braços teço um largo ninho

Nesse abraço me sou,
Te sou em pedaços
Inteira sou contigo, vou
Tranqüila e forte como aço

Fecundada em gotas, então me orvalho
olhos vítreos num sentimento pleno
na emoção do momento, me atrapalho
por nascer tão infante, tão ingênuo

Lena Ferreira e Bia Cunha

CHUVA FINA



Eu quero uma chuva fina para caminhar
se o caminho ficar turvo, faço um pedido 
que os meus pés  possam, tateando, desviar
de todo o perigo, que esteja escondido 

Eu quero me despir do vestido vermelho
e vestir o gris inebriante da neblina 
contemplar meus olhos diante do espelho
e enxergar o que há além das retinas

Elaborar minha história recente, sem revés
Traçar conjeturas,uma  inédita partitura(gustavo)
Vendar os meus segredos nas dobras do viés
vincando a alma em desdobrada compostura

Eu quero uma chuva fina para voar entre pingos
se isso não acontecer, aguardarei a hora 
a brisa da manhã já me trouxe alguns respingos
pressinto que essa chuva desce sem demora 

Lena Ferreira, Bia Cunha, Gustavo Drummond e Dhenova

sexta-feira, 18 de maio de 2012

CANÇÃO NOVA




Era tarde e o sol caía por trás da serra
Aquarelando o céu em tons de magia 
A má sorte e a tristeza enterradas na terra 
Soltaram a verve e nasceu poesia 

Era noite e a lua trazia, num céu descoberto,
Variantes de astros e estrelas radiantes
Estrelas rodopiavam como fadas, isso é certo,
E preencheram a noite com gotículas de brilhantes 

Era quase madrugada e em suaves serenatas
Poetas dedilhavam as fibras da alma 
Fluia um canto, levitava a lua de prata
Seria um sonho banhado de calma? 

Era de novo dia, o Sol no seu-meu espaço adentrava
No azul celeste sem nuvens, porque nelas eu adormecia  
Com cuidado, as portas abriram-se pra canção nova
Esperada com prazer pelos amantes da harmonia. 


Lena Ferreira, Dhenova, Bia Cunha & Gustavo Drummond

quarta-feira, 16 de maio de 2012

CAUSA E EFEITO




Inclemente, a chuva castiga a terra.
levando mobílias, casas, sonhos
Infelizmente, um período de guerra
vidas ceifadas, tempos medonhos

Em tragédias que jamais se encerram
por causa dos muitos gestos bisonhos:
Desrespeitamos a natureza que berra
E mostra sua força; nos deixa tristonhos

Sobre uns céus, a chuva não vagueia
Arde, queima e racha e incendeia
Enxurrada movimentada se faz areia
Corrói corações e corpos em cadeias

Almas aflitas sem saber o que fazer
Culpam a nossa Mãe Natureza
Amargam o fardo de verem perecer
- pelo descuido - tamanha beleza

Levantemos a bandeira em nome do amor
Para que todos se deem as mãos 
Ajudemos o planeta, por favor,
E todo o ar que nele está em extinção

Lena Ferreira, Angela Chagas & Bia Cunha

segunda-feira, 14 de maio de 2012

À DERIVA




Quero ouvir de você palavras de carinho.
Quero sentir que vale a pena te amar
Cavalgar em campos verdes de bem-estar
Ter a segurança de um pássaro no ninho.

Quero a certeza de nunca estar sozinho
de perto ou longe; em qualquer lugar
Céu azul e de norte ao sul o puro carinho
Várias nuances de um louco amar.

Atrever realizar desejos ousados
Aventurar pelo país estrangeiro
Concretizar bel- prazeres apaixonados
Ou meramente de forasteiro.

Quero a certeza das incertezas
acentuar com amor o brilho do luar
Incitar o sabor das cerejas
por seu corpo, à deriva, navegar.

Angela Chagas, André Anlub, Lena Ferreira & Gustavo Drummund

sexta-feira, 11 de maio de 2012

SIMPLICIDADE




A minha lida vem de berço
O meu maravilhoso solo
Eu ergo tijolo por tijolo
Tento harmonizar o meu terço

Enfrento a luta e não padeço
Nas mãos de Deus eu me consolo
Serei feliz porque eu mereço
O Teu descanso em  terno colo

Sigo a minha sina com firmeza
Construo o meu próprio verbo
Que faz parte da minha natureza

Ando em  compassos de beleza
Mas nem por isso me assoberbo:
A vida é mais simples com leveza

Angela Chagas & Lena Ferreira

NAVEGAR É PRECISO




Embora o vento balance meu barco
enfurecendo as ondas do mar bravio 
tenho que seguir,preciso de um laço
para ancorar no meu desafio... 

Um cais para sorrir em desatino,
Alguma calma para amainar minha saga
Uma brisa mansa em meu destino
trazendo um amor que o meu peito alaga 


Quiçá, num momento repentino
Venha serenar de vez a minha chaga 
afastando aquele verbo clandestino
que rogou inutilmente a mordaz praga 


O meu barco agora navega em paz
Navegar é preciso...sofrer, eu não preciso 
Descobri que sou bem , bem capaz
de transformar minhas lágrimas em sorriso 

Lena Ferreira, Angela Chagas & Gustavo Drummond

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O BREU DO MEU CORAÇÃO



Naquela manhã de sol, meu corpo tremia,
a saudade batia, meus anseios,
a mente inquieta, a vontade temia,
a visão turva, o sol nem veio,

não aqueceu a alma minha que ia,
e que vinha em silêncio, trago alguns receios, 
no vão do coração que outrora inóspito,
agora preenchido de esperança e afago. 

Meu corpo frio desejava o seu.
Cobiçava um cotejo de saudade que doía.
Mesmo nessa manhã fria, longe do apogeu,
sinto a melancolia, clareza que se torna breu.

Minh’alma frígida, em sol, trago.
Em busca de momentos, ápices,
visto-me das mais belas faces,
meus disfarces, por hora, deixo de lado. 

Meu coração debruça onde fomos amantes.
Na noite e no dia, nos encontros outrora emocionantes,
quero tão somente fugir das ondas oscilantes,
enfim, submergir o silêncio e o breu do meu coração...

Angela Chagas, Gustavo Drumond, Bia Cunha & André Anlub

REINO-MAR




Como jangada de pescador sobre mar flutuei
Banhei-me sobre as ondas em busca da verdade
Subi nas costas do tubarão e sonhei
Que não seria alimento da criminalidade

Como criança ingênua, no mar mergulhei
esquecendo-me das ondas de calamidade
Com as conchinhas na areia eu brinquei
buscando-me na longínqua serenidade

Como nuvens no céu, a paz em mim encontrei
e abracei-me à essa imensa tranquilidade
Com cavalo-marinho cavalguei
Achei tesouros escondidos na profundidade 

Como um bom viajante, caminhos desbravei
no percurso, encontrei sincera amizade 
Entre monstros, peixes e sereias nadei
rumo ao Reino-Mar da minha insanidade 

Bia Cunha, Angela Chagas & Lena Ferreira

domingo, 6 de maio de 2012

DO CONTRÁRIO




Após um banho despetalado de mim, cuido da alva pele que me reveste, ressecada pelo tempo, mas hidratada pela serenidade. Despida e quieta dirijo-me a mim. Diante do espelho não vejo o que olho, consciência tenho que minhas retinas me fitam, mas só encontro a menina sem riscos na face, com o seio nascendo, braços e pernas finas, sorriso contido e lágrimas incontidas. Observo o retroceder da cena, o suor dos olhos limpando a trela da maquiagem, o tempo uivando convites e despertando os ânimos esquecidos. Sem demora, a menina que vejo, salta, brinca, ri e chora, esquecida dos olhos ocultos que espreitam seus atos impensados. Ingênua, pensa, ainda, que pode alcançar liberdade e num rodopio fremente ergue os braços e espanta a fumaça que embaça os meus pensamentos. Rodopiando entre fases e lugares, alarga os espaços do passado e do logo mais, entre devaneios e alucinações, gargalho em ênfase ao desabafo dos atos secretos. Entre eus e múltiplos contextos os segredos se desvencilham, encaixa-se na minha Pandora e num desarrumar de formas não fecho, não me fecho. Brinco. Faço-me feliz sem logo mais. Agora. Meu tempo ou minha idade se determinam no malabarismo do vento, eu não enxergo. Quem enxergará? Só do avesso tem segredos para entrar? Quem os sabe além de mim? Não me revelo, me resvalo...
...do contrário não me seria. E hoje me sou!

Bia Cunha & Lena Ferreira

RUPTURA



Me perdi, vagante, a me procurar
por entre setas, achei cismas tantas
por poucas gretas, ouso passar
assento no silêncio meu, aspiro o equilíbrio das plantas

Caminho incerto, aperto passos, aparto folhas
Sozinho, inquieto, solto as asas, acato cactos
Derramo lágrimas tantas, como fossem bolhas
Desenho em traços, os riscos natos desses fatos

Feliz seria  se pudesse brotar por entre vielas
Ouvir o canto encantado de sereias e violas
Caminhar por entre flores em vias  paralelas

Romper as cismas dançando castanholas
Sapatilhando, rodando a saia bailava a espanhola
Na expectativa do porvir, e achar só coisas belas

Gustavo Drummond, Lena Ferreira, Bia Cunha, Tiagilla, Angela Chagas& Zia Marinho

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PALAVRAS FRANCAS




O céu chorou por muitos dias
mas hoje amanheceu sorrindo 
Sorri em mim por muitos dias
mas hoje amanheci chorando 

O sol, então, olhou pra mim
e passou as mãos em meu rosto
Ao toque ardente de seus olhos
as brasas do avesso acenderam 

O que era inverso a alegria
senti evaporar de minha alma 
O que era verso na poesia
absorvi em alma para encharcar os sonhos 

E passei a acreditar mais em mim
na força interior que me habita 
Passei a me sentir no mundo
e me expandi em orvalhos nas folhas brancas 

Onde brotaram palavras francas
e floresceram versos leves 
O leitor colheu minhas verdades da alma
que hoje alimentam sonhos e insanidades 

Lena Ferreira & Bia Cunha

RETRATO FALADO




Quando dei por mim, foi que compreendi 
Que, dos nossos pais, somos mais que retratos e veias 
Somos uma caixinha de surpresa envolta de frenesi
Somos qual aranha que trama, com cuidado, suas teias 


Quando eu percebi, não quis encarar o espelho 
Temendo que ele me mostrasse a verdade dura 
Evitei, e antes que alguém intrometesse o bedelho 
Vi que refletia, não apenas uma simples criatura. 
 
Na verdade, uma pessoa que peleja e busca 
Pela luz que emana do auto-conhecimento 
Por sua garra,  que  paulatinamente ofusca 
 
 
Não está fadada a ficar de vez no esquecimento 
Dos nossos pais, as obras divinas permanecem 
Em minha alma seus passos e olhos me regem 

Angela Chagas, Bia Cunha, Lena Ferreira & TIAGILLA

CANTO DO ROUXINOL



Lágrimas que inundam o meu ser
borram a tela que compúnhamos em frente ao sol
deixam meu semblante triste, mas não posso me abater
sei que amanhã ouvirei o canto do rouxinol

Lágrimas agora, bem mais refrescantes
limpam meu rosto, varrem a solidão
Pintam a nossa tela com um sol deslumbrante
Com a alegria e sorrisos de apogeu de época de verão.

Sorrisos banham o meu momento de explosão
Minha alma absorve estrelas, sois e luas de esperança
Minha mente se abre ao vê-la; milagrosa visão.

Meu coração lavado de amor revive boas lembranças
E se entrega as aventuras de cada novo dia
Prantos se foram, ficou apenas o canto da esperança!


Angela Chagas, Bia Cunha, Dhenova & Gustavo Drummond

terça-feira, 1 de maio de 2012

ENTRELINHAS



Seguirei em passos lentos, com cuidado
depois de tantos tropeços, me acautelo
qual um prego que desvia do martelo
evitando, a todo custo, o machucado .

Tentarei fazer-me imune diante tantos
os percalços encontrados, camuflados
com a sabedoria dos verbos encantados
sei bem que não sou santa, mas me imanto .

Das ruínas do castelo, erguerei  ponte
que me levará mais perto do horizonte
onde enxergarei a vida com clareza.

Na entonação, sempre existirá uma certeza
mesmo que eu me atravanque em montes
seguirei as entrelinhas que na vida é a fonte.

Lena Ferreira & Angela Chagas

IMPREVISÃO DO TEMPO




Por dentro, o sol sorri achando graça
da chuva que, lá fora, insiste tanto
lamento, e muito, por todo esse pranto
mas não mais choro diante desta praça. 

Por fora de mim, eu acolho o teu sorriso
Que anima, e eu me sinto mais feliz
Embora, o meu pranto seja preciso
pois de mim sigo sendo o juiz. 

Independente de mim, o sol brilha
e a vida segue, calmamente a trilha
sem parar para ouvir meus lamentos
.
E eles vão como vão soltas ao vento
coloridas pipas nas mão de criança
tremulando nas asas da esperança.

Lena Ferreira, Angela Chagas & Marisa Schmidt