domingo, 24 de janeiro de 2010

POR TRÁS DO ESCRIBA

Vejo além, muito além do rumor da leitura
Uma inquietude larga que o verso propaga
É a alma do escriba que escreve na lonjura
Que o DNA não apaga, incutido na rima amarga
.
Algo de estranho corre por trás daquela escrita
Ora ele ilumina os vales, as estradas e as casas
Ora ele fulmina com chalés, paisagens e lindas matas
Incendiando a alma do leitor, culmina em brasas
.
Mas pensando bem não é nada muito estranho
Somos poetas e quantas almas nós temos
Deixá-las falar em profusão é o que devemos
.
Não nos prendamos em conceitos tacanhos
Soltemos a língua das tantas letras que gritam
Aliviemos em versos a exaustão da alma aflita
.
Decimar Biagini e Lena Ferreira
2401/2010

COISAS DA NATUREZA

Um cacto com a sua aspereza
tem este jeito rústico de ser,
tosco e inculto, pode parecer
mas isto é próprio de sua natureza.

Um homem com a sua rudeza
afasta as pessoas ao seu redor
mas se agisse com delicadeza
a sua vida seria bem melhor

O ser humano pode melhorar
o seu jeito de ser e de tratar
o mundo que o cerca e o escolhe.

Já que tudo o que faz, tem o retorno
Não praticando o mal, não há transtorno,
cada um tem a vida que escolhe.

(Camélia La Blanca & Lena Ferreira)

sábado, 23 de janeiro de 2010

SUSTO

Minha pele arrepiou-se toda
Quando a palavra saiu de trás da porta
Desenfreada, livre e solta
Mostrando a sua cara tosca e torta
.
Meus olhos arregalaram-se um pouco
Quando avistaram seu insensível rosto
Desgrenhado, perdido e louco
Na boca, língua oprimida por desgosto
.
O coração palpitou sobressaltado
Nas ondas das lágrimas que escorria
Pois não esperava um dizer armado
Com indiferença, julgamento e ventania...
.
Minha alma compreendeu, com custo,
Que toda aquela desesperada situação
Não foi nada mais que um grande susto
Fruto da minha tão fértil imaginação

Depois do susto, com carinho e mil dedos
Dizia-me segurando um lindo buquê na mão
Que o mistério do medo tem seus segredos
Eternamente inscritos, com amor, no coração.

(Janete do Carmo & Lena Ferreira)
Palestina/ Rio de Janeiro
2301-2010

BASTARDOS INGLÓRIOS

Desfilavam suas armas; notórios
Mãos sangradas de sangue alheio
Tão pomposos; coitados, inglórios
Incontidos em crueldade sem freio

Tolos guerreiros à beira do purgatório
Soldados ocos sem ideais nem razão
Pobres folhas voando de modo aleatório,
Águas de um rio que para o mar dão vazão

Desfilam suas verdades cruas; iludidos
Mal sabem estarem todos tão perdidos
Nessa guerra alimentada pela cegueira

Homens-Zumbis pela vida agredidos
Como abortos pelo ódio eclodidos
Vivendo a vida/morte carniceira

Lena Ferreira e K.chiabotto

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SONETO LIVRE À AMIZADE POÉTICA

Tu estás cada vez mais retilínea
Com rimas criativas e envolventes
Gosto das temáticas que alinha
E dos quatorze versos dependentes

Tu estás cada vez mais carismático
Com aproximações procedentes
Gosto de poetas assim simpáticos
E de seus versos que são cadentes

Tudo podemos nas canções em poesia
Na amizade poética e na bela melodia
No falar do amor em versos estridentes

Tudo podemos ao exaltar a harmonia
Na vida e na arte sermos sorridentes
Compondo versos condescendentes

Decimar Biagini e Lena Ferreira
2201-2010

A FÉ, UMA BOA ARMA

Eu tenho em meu coração o pranto
mas não chorarei, sou mulher de aço,
e antes que derrame, eu me refaço,
vislumbro no horizonte algum encanto.

Coberta com um divino e fino manto
azul celeste; o de nossa Senhora
aue tem-me socorrido a toda hora
entoarei o seu abençoado canto

A fé é o meu amparo e baluarte,
se tenho fé, me sinto protegida
e sei que estou segura em qualquer parte.


Sem fé não conseguiria transpor
tantas barras impostas pela vida
com fé, sei que vencerei o que for

(Camélia La Blanca & Lena Ferreira)

2201-2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

COLHEITA

Colhi hoje uma rosa amarela
e sinto o perfume do jasmim
que vem dali, do meu lindo jardim
que fica perto da minha janela

Donde vejo, qual uma aquarela
pintada pela mão de querubim
um quadro vivo sorrindo pra mim
eu nunca vi uma cena tão bela

Quem pensa em flores é flor
Quem à beleza se aplica
Pouco a pouco belo fica

Quem vê, na vida, somente a dor
A seta da tristeza indica
E o seu destino se complica

(Camélia La Blanca, Lena Ferreira & Diógenes Pereira)
21-01-2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ESTRELAS

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Vem surgindo a lua cheia, grávida de poesia,
Num brilho intenso que meus olhos espelham.
Na alma, muitos versos logo se emparelham,
Para verem a poesia nascer, nessa noite fria.
.
A brisa que suavemente meus braços acaricia,
Sussurra em meus ouvidos as palavras ternas
Que em minha memória permanecerão eternas,
Quando em cálidas noites, de teus lábios ouvia.
.
O mesmo som que outrora atou nossos laços
Retorna provocando tremor; fico aos pedaços
Observando estrelas, como tu tão bem fazias...
.
Sinto uma imensa saudade de teus braços,
Quando me prendias em deliciosos abraços!
Ternas noites de amor, doces palavras dizias!
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Lena Ferreira & Verluci Almeida
19/01/2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ESTRELINHAS

Vem surgindo uma lua cheia, grávida de poesia
De um brilho tão intenso que meus olhos espelham
Na alma, muitos versos logo vem e se emparelham
Para verem a poesia nascendo, nessa noite fria.

E aqui, sozinha, observando as estrelinhas,
Sinto uma imensa saudade de teus braços,
Quando me prendias em deliciosos abraços!
Ternas noites de amor, doces palavras dizias!

Lena Ferreira & Verluci Almeida
Parceria de Bar - 18/01/2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

NUM CANTO

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Quando olho no espelho, eu te vejo
A sorrir; sorriso manso como outrora
Mas vem-me a lembrança do teu beijo
Daquele dado quando foste embora

Abandonando tanto amor,à própria sina
Deixastes marcas bem fortes, imensas
Como no muro, em grafite, na esquina
Impressas junto a dores tão intensas

Enchem meus olhos de tristeza e pranto
Grossas lágrimas descem pelo meu rosto
Por que perdestes do amor todo encanto?
Por que deixastes em minha boca teu gosto?

Nem mesmo o sal deste amargo pranto
Que ora chega a encharcar meu leito
Não servirá para afogar, num canto,
A doce esperança que brota em meu peito.

(Lena Ferreira& Mazéh Lage)
1601-2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

OUTRA CHAMA

Cheia de um vazio imenso
A aflição corroe meu peito
Causando inevitável efeito:
Alma, mente e corpo tensos...

Cheia de um grande vazio
Taça amarga já transborda
Comendo dores pela borda
Sinto meu verso por um fio...

Vejo a chama se apagando
Nas querências desse ardume
E uma tez que traz negrume
Sobrepõe a luz brilhando...

E então busco outra chama
Quero sempre em brilho estar
Minha paz vem no poema
Que acabei de recriar.

Lena Ferreira/Marçal Filho
Rio/Minas
15/01/10

sábado, 9 de janeiro de 2010

INSPIRAÇÃO!

Minha amada, minha companheira
Porque fizeste isso comigo?
Tu, forte e destemida guerrilheira
Que em teus braços me ofereceu abrigo


Hoje, deixas-me assim, abandonada
A beira da fonte seca; já sedenta
Olhando-me com desdém, não fazes nada
Por quanto tempo meu peito aguenta?

Serei eu o culpado por tamanho abandono?
Não terei dado a ti todos os meus momentos,
Não terei sido teu, do inverno ao outono?

Se a fonte vai seca, encharca meu tormento
Retorna com o sopro teu; meu lenimento
Retira a minha poesia desse profundo sono



*k.chiabotto e Lena Ferreira*